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Fringe – Episódio Piloto

A nova série de J.J.Abrams, o auto de “Lost” tem estreia marcada apenas para Setembro, no entanto o episódio piloto saiu na internet no fim-de-semana passada.

Deixamos aqui um texto retirado do site “SériesEtc”.

Atenção: O seguinte texto contém spoilers, para visualizar deverá sublinhar o seguinte espaço a branco.

Os primeiros três minutos do piloto são frenéticos. Um avião lotado enfrenta uma tempestade elétrica e sacoleja violentamente. Um passageiro aparenta estar mais do que simplesmente nervoso. Suando, ele tira uma injeção da pasta e se auto-aplica o que parece ser uma injeção de insulina.

Antes que o espectador possa pensar em “Lost”, o homem surge com o rosto deformado por estranhas feridas. Imediatamente, todos os passageiros apresentam os mesmos sintomas, com efeitos especiais realistas o bastante para fazer revirar os estômagos mais sensíveis. Ainda pensando no 815? Pode esquecer, o clima no vôo 627 (guardemos este número!) é totalmente “Arquivo X”.

Corta para a agente do FBI Olivia Dunham (Anna Torv) em uma tórrida noite de amor com seu namorado e colega de trabalho, o agente John Scott (Mark Valley). O telefone toca e os dois precisam ir ao local do incidente. Todos os passageiros do vôo 627 estão mortos e suspeita-se de um ataque terrorista. Agentes do FBI, da CIA e de todas as agências possíveis formam uma sopa de letrinhas no local. Poucos são os escolhidos para entrar no avião e Olívia, claro, cava o seu lugar na marra.

Impossível não pensar na série de Mulder e Scully quando vemos as lanterninhas iluminando o avião. As imagens são, mais uma vez, realistas. Os passageiros estão em estado deplorável e um agente pergunta. “Que tipo de terrorismo é esse?”. Olivia, esperta, responde: “Quem falou em terrorismo?”

Algumas brigas depois – o encarregado da missão, Phillip Broyles (Lance Reddick, o Matthew Abaddon de “Lost”), não vai com a cara de Durham por conta de rivalidades profissionais do passado – Olívia consegue sua missão: investigar um depósito em nome de um suspeito. Junto com ela, o parceiro e namorado John Scott. Chegando lá, eles encontram um laboratório escondido e um suspeito que, óbvio, sai correndo. É a senha para a perseguição e uma grande explosão, que coloca o agente Scott em coma, afetado pelos compostos não identificados preparados no laboratório improvisado.

Desesperada, a agente Dunham acha um nome capaz de ajudá-la a encontrar um antídoto para salvar a vida do homem que ama e descobrir o que matou os passageiros e tripulantes do vôo 627: Dr. Walter Bishop (John Noble), cientista brilhante atualmente internado em um hospital psiquiátrico de segurança máxima.

Mas as coisas não poderiam ser simples: o acesso a Bishop só pode ser obtido com autorização e presença de um parente próximo e o filho Peter Bishop (Joshua Jackson, de barba e com cara de adulto, nos faz esquecer o Pacey de “Dawson’s Creek”) está ocupado arrumando emprego no Iraque e não quer ver o pai nem pintado de ouro. O passado duvidoso do rapaz – tão genial quanto o pai, mas ainda mais rebelde – serve de motivo para ameaça: se ele não colaborar, Olívia revela o que ele andou fazendo nos últimos tempos. Encurralado, ele topa.

Destaque para a química entre os dois atores. Jackson encarna bem o tipo inteligente rebelde e é o único capaz de entender o pai. Anna Torv tem um estilo mais contido de atuação que contrasta com o dele, mais aberto. Uma dinâmica bem parecida com aquela existente entre David Duchovny e Gillian Anderson, cujo resultado a gente já conhece: nove anos de série!

No hospício, Bishop está meio desorientado, mas não é do tipo que rasga dinheiro Ele oferece a possibilidade de um antídoto, mas exige trabalhar em seu antigo laboratório, no porão de um prédio de Harvard. Lá se vão, Duhnam e os Bishop remontar o local de trabalho do médico, desativado há 17 anos.

A relação entre pai e filho não é das melhores. Aparentemente Walter Bishop era mais dedicado ao trabalho do que à família, deixando muitas mágoas no filhote Peter. Não seria uma série de J.J. Abrams sem relações familiares complicadas, certo?

Montado o laboratório – com direito até a uma vaca de raça -, o cientista retoma seus trabalhos, coleta uma amostra de pele do agente e revela: só pode criar o antídoto se souber exatamente quais compostos existiam no laboratório explodido no depósito. A única pessoa que teria essa informação era o suspeito que fugiu após a explosão e foi visto apenas por John.

Sem saída? É aí que a pseudociência entra em jogo. Antes mesmo de chegarem ao laboratório, Olívia explica a Peter que papai Bishop fazia pesquisas para o governo envolvendo o que ela chamou de “Fringe Science” e ele, de pseudociência: reanimação dos mortos, mutações genéticas, teletransporte, etc.

Uma dessas pesquisas envolvia a comunicação telepática entre duas pessoas, desde que elas estejam próximas e em um coma induzido por drogas (LSD incluído) capaz de sincronizar as ondas cerebrais deles e permitir a comunicação. Segundo ele, é possível obter informações até de pessoas mortas há menos de seis horas por esse método.

Assim, Olivia poderia falar com John e obter a descrição do suspeito. Desnecessário dizer que a experiência é arriscada e pode causar a morte da agente. Sem pensar duas vezes, ela diz: “John faria isso por mim” e topa a viagem.

Em um cenário meio sonho, meio alucinação, os dois se reencontram, trocam uns beijinhos (pois ninguém é de ferro) e John passa a descrição do suspeito para Olívia que, por pouco, não tem um curto-circuito cerebral durante a experiência.

Enquanto a agente Dunham quase passava desta para melhor, outra linha de investigação era trabalhada: a única pessoa que sabia das pesquisas de Walter Bishop era o zilionário e inalcançável Bell, dono da Massive Dynamics (cujo primeiro nome divulgado foi Prometheus Corp), indústria de tecnologia de ponta avançada o bastante a ponto de ter mais conhecimentos que o próprio FBI. Sentiu o cheiro de conspiração no ar?

Olivia e meio mundo de agentes saem em busca do suspeito, cujo irmão gêmeo estava no vôo 627. E ele iria fugir livre, leve e solto, se não fosse Peter Bishop vê-lo enquanto conversava com o pai no carro. É a senha para uma perseguição frenética envolvendo o rapaz e a agente do FBI.

Suspeito preso, compostos revelados, antídoto produzido, John se recupera bem e a agente Duhnam está cansada, mas feliz. Fim da história? Antes fosse. O suspeito revela a Olivia ter sido ameaçado por alguém do FBI e tinha uma gravação para provar.

Intrigada, ela vai investigar e – advinha! – o autor da ameaça é ninguém menos que John Scott, o homem por quem Olivia arriscou a vida. Caiu o queixo? Como esperar algo diferente dos responsáveis por “Alias” e “Lost”? Por falar na série da ilha, os fãs mais atentos vão perceber um tema instrumental clássico do compositor Michael Giacchino por volta dos 40 minutos de episódio, durante a montagem do laboratório de Bishop.

Detalhe: esta reviravolta acontece apenas nos últimos 10 minutos do episódio! E tome perseguição cinematográfica de carro: John sai do hospital com Olívia em seu encalço. Os carros batem. Ela consegue retirá-lo apenas para ouvir suas últimas palavras: “Por que você acha que foi mandada para o depósito?”

Antes da revelação sobre John, o chefe Broyles procura Olivia para elogiar o trabalho no caso e convidá-la a trabalhar com ele, dizendo: “O que aconteceu no vôo 627 é apenas um exemplo. Existem centenas de outros casos não divulgados. Há um padrão e tentamos encontrá-lo”. Ela recusa, quer apenas voltar à vida que tinha antes, mas certamente terá suas convicções abaladas depois da decepção com o namorado e colega.

Não dá outra: na cena seguinte, a agente convida Peter e Walter Bishop a continuar trabalhando com ela, para evitar novos casos como o misterioso ataque no avião. Claro que ele aceita, e está criado o núcleo para o resto da série.

Mas e o gancho para o próximo episódio? Está na próxima seqüência, na qual a zelosa funcionária da Massive Dynamics chamada Nina Sharp, que conversou com Olívia anteriormente, leva o corpo de John e pergunta: “Há quanto tempo ele está morto?” e ouve “Cinco horas”. Com um sorriso maléfico, responde: “Ótimo.Vamos interrogá-lo.” Fim do episódio. Intrigante, para dizer o mínimo, não acha?

Bem dirigido, com truques de câmera espertos e sacadas divertidas, como os nomes dos locais onde a ação acontece aparecerem escritos em 3-D na própria cena – semelhante ao que é feito com os títulos dos episódios de “Heroes”, ou a abertura parecida com a de “Lost”, só que com nomes como psicocinésia, matéria escura e reanimação, o piloto de “Fringe” cumpre muito bem o seu papel de prender a atenção e fisgar o espectador para o próximo episódio – que, infelizmente, só virá em setembro nos Estados Unidos.

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